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Ao contrário do petróleo, que é um recurso finito, o etanol renovável é um combustível normalmente produzido a partir de plantas cultivadas, como a cana-de-açúcar, o milho, a beterraba, o trigo e a mandioca. No Brasil, o etanol é produzido a partir da cana-de-açúcar, que é a matéria prima mais eficiente que se conhece até hoje para a sua produção comercial. O balanço energético (unidade de energia obtida x unidade de energia necessária para a produção) do etanol de cana é aproximadamente sete vezes maior que o obtido pelo etanol de milho, produzido nos EUA, e quatro vezes maior do que o obtido pelo etanol de beterraba e o de trigo utilizados na Europa.

O uso do Etanol no Brasil:



 

 

O etanol de cana é reconhecido no mundo inteiro como uma importante fonte de energia limpa e renovável. Enquanto o mundo busca alternativas ao petróleo, o Brasil já usa etanol em larga escala há mais de 30 anos. Neste período, adquirimos enorme experiência na produção e uso do etanol de cana-de-açúcar. E hoje podemos dizer, com orgulho, que dominamos essa tecnologia com elevados índices de excelência e competitividade. Desde o lançamento dos veículos flex no Brasil, em 2003, o uso do etanol em substituição à gasolina evitou a adição de mais de 100 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2) na atmosfera. Essa quantidade equivale a, por exemplo, dois importantes países da América do Sul - Colômbia e Peru, juntos - deixarem de emitir CO2 por um ano. Diferentemente da gasolina e do diesel, o etanol praticamente não contém enxofre, partículas e outros poluentes da atmosfera. Em casos de vazamento de combustível, o impacto ambiental do etanol também é muito menor do o da gasolina ou do diesel, pois o produto é biodegradável.

O Etanol e a Gasolina:

No Brasil, toda a gasolina, seja ou não para uso automotivo, contém de 20% a 25% de etanol anidro (0,4% de água, em volume). O percentual exato varia, conforme decisões políticas e econômicas governamentais. Praticamente todos os postos de combustíveis do país oferecem etanol hidratado puro (4% de água, em volume) para carros a álcool e modelos flex. Hoje quase 90% dos carros fabricados no Brasil possuem tecnologia flex. O etanol aditivado, lançado recentemente no mercado, possui uma formulação de aditivos que otimiza o consumo e a limpeza do motor. O motor flex foi projetado para usar tanto etanol como gasolina, em qualquer proporção. Ou seja, não é necessário alternar combustíveis no tanque. Quando o motorista pisa no acelerador, um sensor identifica a quantidade de álcool combustível com base no teor de oxigênio dos gases de escape, e o motor é ajustado automaticamente. Além dos benefícios ambientais e melhor desempenho do veículo em relação à gasolina, o etanol também se mostra vantajoso em termos econômicos. Mesmo com um conteúdo energético menor, o que torna o seu consumo (km/l) maior, o preço competitivo do etanol em grande número dos estados do país faz com que o seu uso seja mais vantajoso para o consumidor.

Por que o Brasil é referência em biocombustíveis?



O etanol é um produto que sempre apresentou excelentes propriedades para ser usado como combustível. O famoso Ford modelo "T", que revolucionou a história da indústria automobilística, foi concebido originalmente por Henry Ford para rodar com etanol. Pesquisadores brasileiros estudam o produto desde a década de 1920, e muito se aprendeu sobre a sua produção e uso na agricultura, na produção industrial e na tecnologia dos motores. Com a criação do PROÁLCOOL, em 1975, resposta pioneira do Brasil à primeira crise mundial do petróleo, o etanol ganhou grande impulso e se integrou definitivamente à matriz energética brasileira. Hoje, mais de 400 usinas produzem açúcar e etanol em 22 estados brasileiros, com impacto direto ou indireto em mais de 1.000 municípios. A vocação agrícola do país e os investimentos realizados em pesquisa e desenvolvimento são alguns dos fatores que continuam a impulsionar a utilização do etanol.

O que é Etanol?

O que é o etanol de segunda geração?



Empresas e governos de todo o mundo estão empenhados em buscar alternativas ao petróleo. Uma das mais promissoras é o chamado etanol de segunda geração, produzido a partir de todo tipo de biomassa vegetal (celulose), o que inclui até mesmo o lixo orgânico. Nesse cenário, o bagaço e a palha da cana - dois subprodutos do processamento da cana - são excelentes alternativas para o Brasil. Quando eles forem plenamente utilizados, a produtividade por área do etanol brasileiro poderá praticamente dobrar, permitindo o aumento da produção do combustível sem expansão das áreas cultivadas.

Por que o preço do etanol varia de uma região para outra?



No Brasil, a alíquota do ICMS cobrado sobre o etanol combustível varia entre 12% a 28%. O imposto estadual cobrado sobre o etanol - ICMS - é fundamental na formação do preço final do produto em cada região. Nos estados de São Paulo, Paraná, Bahia e Goiás, a incidência de impostos sobre o etanol é mais baixa, o que beneficia diretamente os consumidores. Outros estados, no entanto, ainda adotam alíquotas de ICMS mais elevadas para o etanol.. Além do diferencial de imposto cobrado nos estados, o preço de bomba em cada região também depende dos custos de transporte do etanol e das margens de comercialização praticadas por distribuidoras e postos revendedores.

Por que o preço do etanol varia tanto ao longo do ano?



Em geral, o preço do etanol é mais atrativo do que o da gasolina para a maioria dos brasileiros. Contudo, ele pode apresentar variações significativas em diferentes épocas do ano. Os preços do etanol são definidos pela oferta e pela demanda, a exemplo do que acontece com as frutas, cereais e demais produtos de origem agrícola, que são influenciados pelo andamento da safra. A safra na região Centro-Sul, onde está concentrada a maior parte da produção, ocorre entre os meses de abril a novembro. No período de entressafra, quando a colheita da cana não está sendo realizada, os preços normalmente tendem a ser maiores. Assim como acontece com o etanol, o preço internacional do petróleo também apresenta elevada volatilidade. Essas oscilações, contudo, não são tão sentidas no mercado brasileiro de gasolina. O que só é possível porque quase toda a produção de gasolina do país é realizada por uma única empresa. Portanto, diferentemente do que acontece com o etanol, cujo preço é definido em um mercado competitivo, com mais de 400 unidades produtoras em operação, o preço recebido pelo produtor de gasolina não é determinado apenas pelas leis de mercado.





O etanol em números:

O Brasil é o único país do mundo onde o consumo de um combustível alternativo, o etanol, supera o consumo de gasolina. A emissão de gases de efeito estufa que contribuem para o aquecimento global, dos quais o gás carbônico (CO²) é o principal, é 90% menor quando se queima etanol em vez de gasolina. Isso acontece porque a cana-de-açúcar, por meio da fotossíntese, absorve no seu crescimento quase a mesma quantidade de CO2 que é gerado nas etapas de produção, transporte e consumo do etanol. Graças à produção simultânea de biocombustíveis e bioeletricidade, a cana-de-açúcar já é a principal fonte de energia renovável do Brasil, à frente das hidrelétricas. Hoje, mais de 400 usinas produzem etanol, açúcar e bioeletricidade no Brasil. A safra de cana-de-açúcar em 2009/10 atingiu cerca de 600 milhões de toneladas, o que faz do país é o maior produtor de cana e o maior exportador mundial de açúcar e de etanol. Aproximadamente 9 em cada 10 carros novos vendidos no Brasil são flex. Em março de 2010, a frota flex atingiu a histórica marca de 10 milhões de veículos flex. Doze montadoras oferecem cerca de 90 modelos de carros flex por preços equivalentes ao das versões movidas apenas à gasolina. O etanol produzido a partir da cana-de-açúcar já é matéria-prima para a produção do chamado "plástico verde". Nesse processo, o etanol é transformado em bio-etileno, base de produção de bioplásticos, que reduz consideravelmente a dependência de fontes fósseis. Na produção de combustíveis fósseis, cerca de 20 países, muitos deles situados em regiões politicamente instáveis, abastecem os quase 200 países e territórios do mundo. Enquanto isso, quase 100 países já cultivam a cana-de-açúcar, e têm potencial para se tornarem produtores, consumidores e exportadores de etanol renovável.

Existem outros usos para o etanol?

O uso do etanol não para de crescer. Além de abastecer os carros de competições como a Formula Indy e a Stock Car, em 2010 foram lançados no Brasil os primeiros modelos de motocicletas flex. Num futuro próximo, o uso do etanol deve ser estendido a caminhões, máquinas agrícolas e geradores. Os benefícios para o meio ambiente são o principal atrativo da substituição do óleo diesel por etanol. Estima-se que a substituição de 1.000 ônibus a diesel por modelos movidos a etanol reduziria as emissões de gás carbônico em cerca de 96 mil toneladas por ano, quantidade equivalente às emissões de 18 mil automóveis a gasolina. Ônibus movidos por uma mistura de 95% de etanol e 5% de um aditivo já rodam no exterior e começarão a rodar em São Paulo já em 2011. O Ipanema, um pequeno avião agrícola fabricado no Brasil pela Embraer, voa com 100% de etanol. Entre as futuras utilizações do etanol está o desenvolvimento de bioplásticos. Paralelamente, estuda-se também o uso do caldo da cana na produção de substitutos para o querosene de aviação.

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